DISCENTE: BRUNO ARAUJO ALENCAR
DATA: 12/08/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Virtualmente
TÍTULO: A CRÍTICA DE RICHARD RORTY A MICHEL FOUCAULT
PALAVRAS-CHAVES: Rorty; Foucault; Ironista Liberal; Solidariedade; Vocabulários Alternativos.
RESUMO: Esse trabalho tem o objetivo de apresentar a crítica de Richard Rorty (1931-2007), ao legado tardio de Michel Foucault (1924-1984). Iremos discutir incialmente a proposta filosófica foucaultiana, amparada no pensamento de Martin Heidegger e Friedrich Nietzsche, mostrando como, o ser-aí e a genealogia da moral, por exemplo, contribuíram significativamente para o devir filosófico de Foucault. Mais adiante, apresentaremos os seus domínios filosóficos: Arqueologia do saber, Genealogia do Poder e Estética da Existência, necessários para compreendermos toda a crítica a qual Rorty enfatiza ao filósofo francês. Em seguida, conheceremos como Rorty lê a filosofia de maneira formidável, ensejando uma edificação que objetiva o fim da crueldade e a ascensão da solidariedade dentro de um contexto cultural específico. Para tanto, iremos perceber como o neopragmatista projeta essa solidariedade a partir da interpretação da filosofia foucaultiana, evidenciando como o filósofo francês apresenta o cuidado de si (epiméleia heautoû), como uma proposta ética para que os sujeitos cuidem de si mesmos e dos outros, numa tentativa de livramento dos assujeitamentos aos quais o poder impetrou ao longo dos tempos. Rorty vai mostrar que o vocabulário adotado por Foucault aparenta ser inadequado às práticas humanas atuais; tendo em vista que o filósofo francês se concentra em apenas analisar uma historiográfica do passado para propor a invenção de si, salientando como os sujeitos foram reféns das artimanhas do poder, mas que parece esquecer de como propor, a partir do cuidado de si, como os sujeitos poderiam se (re) inventar num contexto de um futuro próximo, o que seria útil para Rorty. O que incomoda o neopragmatista, é o fato de Foucault odiar tanto as democracias liberais, e, que no projeto utópico de Rorty, a solidariedade é algo com o qual o filósofo deva se preocupar, olhando para todos os tipos de cultura. Nesse sentido, para Rorty, Foucault só exalta um incessante desejo por autocriação, (uma forma de perfeição privada que não abrange um desejo de preocupação para com os outros). Ao mensurar tal contexto, o neopragmatista mostra Foucault só adota o vocabulário do ironista, um ser humano que só se preocupa com projetos de autonomia privada, sem olhar para os outros, o que preconiza o desejo de um poeta forte, aquele que só preza por uma exacerbada constituição de si mesmo, uma espécie de autocriacionismo. Para o filósofo norte-americano, a falha de Foucault consiste em não adotar vocabulários alternativos que possam exaltar o cuidado de si e dos outros; pois isso não corroboraria com a intenção do ironista liberal, um ser humano que enseja que a crueldade é a pior coisa que poderíamos fazer. Somente assim, Foucault proporia uma boa ética do cuidado de si, aos olhos de Rorty. O que Rorty faz, é dar uma nova “roupagem” ao vocabulário utilizado por Foucault por meio da redescrição, para que possa ser lido como um verdadeiro “cavaleiro da autonomia”, ao passo em que se tornaria um filósofo edificante, fazendo parte de sua utopia solidária.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente – 1553983 – HERALDO APARECIDO SILVA
Interno – 2184886 – EDNA MARIA MAGALHAES DO NASCIMENTO
Externo à Instituição – SUSANA DE CASTRO AMARAL VIEIRA – UFRJ